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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Fichamento da unidade 1. “O serviço social na cena contemporânea” Iamamoto, Marilda

“O ponto de partida é o de que a luta pela afirmação dos direitos é hoje também uma luta contra o capital, parte de um processo de acumulação das forças para uma forma de desenvolvimento social, que possa vir a contemplar o desenvolvimento de cada um e de todos os indivíduos sociais” (p.16).
“nessa estratégia de ocultamento e dissimulação do real, o poder aparece como se emanasse de uma racionalidade própria do mundo da burocracia, acoplado a um discurso neutro de cientificidade” (p.16).
“A competência é ai personificada no discurso do administrador burocrata” [...] (p.17).
[...] “a competência crítica capaz de desvendar os fundamentos conservantistas e tecnocráticos do discurso da competência burocrática” (p.17).
[...] “a competência crítica supõe: a) um diálogo crítico com a herança intelectual incorporada pelo Serviço Social e nas autorrepresentações do profissional, cuja porta de entrada para a profissão passa pela história da sociedade e pela história do pensamento social na modernidade, construindo um diálogo fértil e rigoroso entre a teoria e a história; b) um redimensionamento dos critérios da objetividade do conhecimento para além daqueles promulgados pela racionalidade da burocracia e da organização, que privilegia sua conformidade e o movimento da história e da cultura [...] Exige uma profissional culturalmente versado e politicamente atento ao tempo histórico; atento para decifrar o não-dito, ao dilemas implícitos no ordenamento epidérmico do discurso autorizado pelo poder; c) uma competência estratégica e técnica [...] o que não reifica o saber fazer, subordinando-o à direção  do fazer” [...] (p.17).
“Como a ordem do capital é tida como natural e perene, [...] o assistente social encontrar-se-ia atrelado às malhas de um poder tido como monolítico nada lhe restando a fazer” (p.18).
[...] “a luta pela afirmação dos direitos de cidadania, que reconheça as efetivas necessidades e interesses dos sujeitos sociais, é hoje fundamental como, parte do processo de acumulação de forças em direção a uma forma de desenvolvimento social inclusiva para todos” [...](p.18).
[...] “o Serviço Social brasileiro construiu um projeto profissional radicalmente inovador e crítico, com fundamentos históricos e teórico-metodológicos hauridos na tradição marxista, [...]. Ele adquire materialidade no conjunto das regulamentações profissionais” [...] (p.18).
“Os espaços ocupacionais do assistente social têm lugar no Estado – nas esferas do poder executivo, legislativo e judiciário – em empresas privadas capitalistas, em organizações da sociedade civil sem fins lucrativos e na assessoria a organização dos movimentos sociais” (p.19).
“Elas condicionam o caráter do trabalho realizado [...] suas possibilidades e limites, assim como o significado social e efeitos na sociedade” (p.19).
“Nesses espaços [...] os assistentes sociais atuam na sua formulação, planejamento e execução de políticas públicas” (p.19).
“Os assistentes sociais realizam uma ação de cunho socioeducativo na prestação de serviços sociais, viabilizando o acesso aos direitos e aos meios de exercê-los, contribuindo para que necessidades e interesses dos sujeitos sociais adquiram visibilidade na cena pública e possam ser reconhecidos”[...] (p.20).
“As competências expressam capacidade para apreciar ou dar resolutividade a determinado assunto, não sendo exclusivas de uma única especialidade profissional” [...] (p.21).
[...] “o debate no Serviço Social foi polarizado por um duplo e contraditório  movimento: o mais representativo foi o processo de ruptura teórica e politica com o lastro conservador de suas origens[...]cujo marco inicial foi o movimento de reconceituação do Serviço Social latino americano em meados dos anos de 1960, [...] em sinal contrário verificou-se o revigoramento de uma ação (neo)conservadora” [...] (p.22).
“Essas dimensões multiculturais e multiétnicas fundam efetivamente as assimetrias nas relações sociais, que potencializam as desigualdades de classes, necessitando ser consideradas como componentes da política da transformação das classes trabalhadoras em sujeitos coletivos” (p.22).
“Ao indagar-se sobre significado social do Serviço Social no processo de produção e reprodução das relações sociais, tem-se um ponto de partida e um norte” (p.23).
“A reprodução das relações sociais na sociedade capitalista na teoria social crítica é entendida como reprodução desta em seu movimento e em suas contradições [...] Ela refere-se à reprodução das forças produtivas sociais do trabalho e das relações de produção na sua globalidade, envolvendo sujeitos e suas lutas sociais, as relações de poder e os antagonismos de classes. Envolve a reprodução da vida material e da vida espiritual” [...] (p.23).
“Esse modo de vida implica contradições básicas: por um lado, a igualdade jurídica dos cidadãos livres é inseparável da desigualdade econômica derivada do caráter cada vez mais social da produção, contraposta  à apropriação privada do trabalho alheio. Por outro lado, ao crescimento do capital corresponde a crescente pauperização relativa do trabalhador" (p.23).
“Assim, o processo de reprodução das relações sociais não é mera repetição ou reposição do instituído. É, também, criação de noivas necessidades, de novas forças produtivas sociais do trabalho em cujo processo aprofundam-se desigualdades e são criadas novas relações sociais entre os homens na luta pelo poder” [...] (p.23).
“Somos, no Brasil, cerca de 82.000 assistentes sociais ativos,” [...](p.41).
“A maioria encontra-se em instituições públicas” [...] (p.41).
“Esse crescimento exponencial traz sérias implicações para o exercício profissional, as relações de trabalho e condições salariais por meio das quais se realiza” (p.42).
“A hipótese é que o crescimento do contingente profissional, [...] poderá desdobrar-se na criação de um exército assistencial de reserva” (p.42).
“A massificação e a perda de qualidade da formação universitária estimulam o reforço de mecanismos ideológicos que facilitam a submissão dos profissionais às “normas do mercado”, redundando em um processo despolitizado da categoria” [...] (p.42).
“Esse é um dos grandes desafios, que nos convoca coletivamente, exigindo: um criterioso debate e acompanhamento da expansão do ensino superior no Serviço Social e de sua distribuição territorial; o cumprimento das exigências legais do estagio supervisionado no ensino a distância” [...] (p.43).
“São inúmeros os desafios profissionais e acadêmicos que se apresentam ao Serviço Social na atualidade, dentre os quais:” (p.43).
“1) a exigência de rigorosa formação teórico-metodológica que permite explicar o atual processo de desenvolvimento capitalista” [...](p.43).
“2) rigoroso acompanhamento da qualidade acadêmica da formação universitária ante a vertiginosa expansão do ensino superior privado e da graduação a distância no país;” (p.43).
“3) a articulação com entidades, força políticas e movimentos dos trabalhadores no campo e na cidade em defesa do trabalho e dos direitos civis, políticos e sociais;” (p.43).
“4) a afirmação do horizonte social e ético-político do projeto profissional no trabalho cotidiano,” [...] (p.43).
“5) o cultivo de uma atitude crítica e ofensiva na defesa das condições de trabalho e da qualidade dos atendimentos,” [...] (p.44).

“O legado já acumulado pelo pensamento social crítico brasileiro sobre a interpretação do brasil no quadro latino-americano também necessita ser reapropriado para, a partir dele, elucidar as particularidades dos processos sociais que conformam o Brasil no presente, solidificando as bases históricas do projeto profissional.” (p.44).

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